![]() Carta à mulher amada
(dedicada à Lu, minha rosa amada e bela) ![]() que hoje não quero falar de nada que não seja do meu amor. Não, hoje não há problemas existenciais, nem as crises costumeira, tudo isso hoje são besteiras. O que há em mim, hoje, é a certeza (que queria que para ti fosse tão certo) do amor que por ti eu tenho, que não é pouco, nem excessivo, que é apenas suficiente para não deixá-la carente, nem tão pouco sufocá-la, que há de te deixar contente, completa, repleta, resplandecente como só fica quem é de algum modo amado, e eu te amo do meu modo, atabalhoado, atrapalhado, incoerente, intransigente, (te amo até de um modo proibido, incontido, irreal e sem igual) mas te amo somente, em tempo integral e sempre de prontidão. Pensas então que é fácil amar e continuar amando, sonhar e continuar sonhando em meio a crises, desalentos, contratempos, desesperanças? Quantos resistiriam tanto tempo a tal modo de amar, e qual amor resistiria, não fosse ele real? Olhe para mim com estes olhos que me enternecem que aquecem a minha alma que me traz e me tira à calma e procura ver além daquilo que teus olhos possam te dizer e não duvides do que vires e nem te vires para não ver pois é real o que te apresentam os teus olhos Ah! Teus olhos tem a doçura da criança que procura abrigo, alento e trago sempre comigo a visão do teu olhar e sempre que mal me sinto, sempre que bem não estou, sempre que a saudade me aperta tentando me ferir o coração é no teu olhar que eu me escondo fazendo deles o meu escudo achando neles os teus braços a me embalar, a me acariciar, a me dar repouso, a me fortalecer... (mas penso já ter te dito isso de uma forma ou de outra). Mas tu nem sabes o que se passa comigo naqueles instantes em que, por estares distante, me sinto, mais do que nunca, tão só e somente quando durmo enfim e em sonhos te reencontro comigo me reencontro (e nos meus sonhos sempre me perco em teus braços e sinto a tua pele, teu perfume, e brinco com os teus cabelos e me sinto mais vivo no sonho que na vida). Melhor do que nos sonhos e quando de forma real tenho-a na minha frente, carrego-a nos meus braços ao som daquela canção e sinto de fato a tua pele, e brinco com os teu cabelos e o teu perfume me invade, me desperta para a vida e me leva de volta aos sonhos. E só então eu percebo que estar contigo é um sonho permanente e só tenho um medo medonho de um dia não viver mais estes sonhos, de não te encontrar nem dormindo, nem acordado e sentir-me assim sem vida. Mas como pensar nisso agora se estás à minha frente, linda e nua, de braços abertos a me esperar para vivermos outros doces momentos deste sonho passageiro (que é da própria essência do sonho ser assim tão efêmero). E que me importa agora se estou acordado ou dormindo, se é fato ou fantasia isto que me extasia que me traz esta alegria de me perder nos teus braços de me encontrar no teu corpo de fazê-la feliz ao meu lado de nesta noite ligeira poder outra vez de amar? Ah, tenho vontade de dizer teu nome, de repetir teu nome, de gritar teu nome para que todos ouçam... mas para que? que importa agora o nome se teu nome agora é amor... Tu bem sabes que eu nunca quis para ti ser o primeiro e somente gostaria de ser o verdadeiro, talvez o último, o derradeiro, o de toda uma vida que ao teu lado se apresenta. Oh, vida, não me seja mais ingrata e me permita a minha amada e com ela viver os meus dias, as minhas noites solitárias, me permita oferecer a ela o que de ti ela merece o que mais que a mim a ela pertence. ![]() Lucas Castro
Enviado por Lucas Castro em 21/09/2016
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